quinta-feira, 23 de julho de 2009

Metro News




Escutei uma história de uma pessoa que fumou maconha e comentou seus efeitos: -“São vários links, né?”
Pois é. De link em link acabei achando esse blog ( http://3xtrinta.blogspot.com/ ) , o 3x30. Bem legal.
Dias atrás, foi postado “Jornais no metrô”
( http://3xtrinta.blogspot.com/2009/07/jornais-no-metro.html ) que conta como Isabela - A Divorciada, foi cobrada e incompreendida ao deixar um jornal no banco do metrô.

O habito de deixar o jornal para o próximo ler não está em nossa cultura, por simples falta de educação. Quem lê jornal no Brasil? Que lê alguma coisa no Brasil? Realmente ler, entender, analisar e criticar, são faculdades que a grande maioria da população não possui. Acredito que por infindáveis causas, mas as que me chama atenção para o assunto são: o imediatismo e sobrecarga de informação.

Penso que assim como a TV descende do rádio e do circo, a Internet descende da TV. Além do conteúdo, quem faz internet assiste televisão. Inevitavelmente alguma coisa de circo a Internet sempre vai ter. Viva o YouTube! E o telespectador vira internauta. E zapeia do mesmo jeito. E essa atitude vai nos condicionando ao imediatismo. Me explique logo ou zap, mudo de canal, outra pesquisa no Google, tchau! Lemos 10 linhas. Se interessar continuamos, se não, zap! Acaba que nossa informação é obtida por manchetes. Os jornais gratuitos têm boa aceitação por serem “manchetários”. Rápidos como um twitter! Ligeiro como um scrap. Dá sono ler textos muito longos.
Um jornal como a Folha, coadjuvante no texto da Isabela, só desperta interesse com os quadrinhos. Nem o Simão que está logo à cima é lido. Letras sem imagem não tem graça.
E dá-lhe manchete! Acreditamos que isso é informação e logo passamos a diante. Uma atrás da outra até que finalmente o mundo sabe quem é Paris Hilton, ou que o Michael morreu. Saber que o Michel morreu pela net, “antes que todo mundo”, é quase uma alucinação. É como se depois de uma sobrecarga de informações, uma delas nos dá um despertar! Uma luz, um êxtase mental. E por estar sentado em frente do micro, sozinho na sua casa, viajando horas pela net, você se depara com essa notícia e sente como se aquilo fosse conquista única e exclusiva sua. Ninguém me contou eu que achei. Na net! Você e mais um bilhão de pessoas!

De volta ao mundo real. Viva Brasil! Quem tem internet em casa, banda larga, ueba!, são poucos. Viva a Lan House! Viva!
Eu mesmo fui entender o que é internet tendo em casa. Numa lan, no máximo um MSN, um Orkut e email. O Brasileiro que anda de metro, o trabalhador, o que ( me desculpem a expressão, mas adoro) “rala o cu na grama”, esse chega em casa detonado liga a TV e recebe sua dose de informação diária.
De que serventia teria um jornal cheio de letras e textos que não dão tempo de serem lidos até a próxima estação. Leve esse lixo com você moça, quem que quer ler essa bosta!
Simples falta de educação. E continuaremos assim por um bom tempo. Nenhum governante quer que o povo tenha conteúdo. “Povo burro não me tira do poder”- deve pensar um malandro como Sarney por exemplo. Aliás, a principal desculpa sempre foi: “Foi o povo que me elegeu.”
Não deveríamos nos irritar com a ignorância, mas sentir revolta de termos um país sem educação.
Todo mundo sabe, todo mundo diz, educação é o principal para se constituir uma nação.
Mas na real, foda-se. O que importa é minha casa de cinco milhões, meu castelo, minhas 200 fazendas...
Espero mesmo que a Isabela não desista de sua cruzada a favor da leitura:

“ Eu fico com os passageiros que preferem ver a vida sob outro ponto de vista. E me agradecem quando eu deixo a Folha de S. Paulo do dia no banco, bonitinha e louca para ser lida outra vez.”

Mas não tenha esperança de estar viva para ver um Brasil educado.

Um comentário:

  1. Oi André,

    Tudo bom? Chiquérrima a referência, adorei!!!!

    Super obrigada e beijos,

    Bela - A Divorciada

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