domingo, 14 de novembro de 2010

Urso rosa

Ja faz um tempinho que aconteceu. Escrevi e esqueci de postar! Mas pra deixar registrado aqui, aí está:

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Quem quer deixar de ser criança? Muito alem da responsabilidade que os anos dão, muito diferente de fazer aniversário, o olhar e a sinceridade de uma criança desmonta qualquer marmanjo.
Eu lavo roupa suja. Essa semana apareceu um urso rosa de 1,50m para ser lavado. Só o bichão de pelúcia já era uma novidade, vê-lo girar na secadora virou atração! Com direito a vídeo no celular!
No dia seguinte, já embalado e na prateleira, entra essa garotinha, de uns 6 anos e que aqui chamaremos de Nicole, olha pro bichão, olha pra mim e sorri. Pergunto:
_ É seu?
Ela sorridente balança vigorosamente a cabeça em sinal de positivo.
_Eu pego pra você, qué?
_Eu não vou levar hoje, ta chovendo.

No ponto de ônibus a mãe chama por ela e Nicole diz “peraí” com as mãos, olhou pra mim e disse:
_Obrigada por deixar meu urso cheirosinho, ta? Tchau!

Linda.

Hoje fez sol.
Nicole entrou na lavanderia com o uniforme da escola.
_Hoje você vai levar seu urso? – Perguntei.
O mesmo sorriso fácil e a balançada de cabeça. Atrás dela a mãe com um saco plástico proporcional ao tamanho do urso.
Quinze minutos depois ( ! ) e muita luta para embalar o bicho, ao sair da lavanderia, Nicole corre em minha direção com os bracinhos abertos, ajoelhei e ganhei um beijo e um abraço. Ganhei o dia também, diga-se de passagem!
Fiquei com remorso de ter cobrado! Faria por 1 real se pudesse.

Essa simplicidade em demonstrar o que se sente, sem malicia ou intenção, é o melhor que um ser humano pode ser. Amar o próximo como a si próprio parece ser quase impossível, mas a Nicole me fez ver o contrário.
O chato foi perceber que conforme amadurecemos pior ficamos!
Quem quer deixar de ser criança? Quem de fato lembra o que é ser uma?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

qué o quê?

Quer saber qual minha vontade? É simples, eu te conto:
Quero mandar um sms pra cada pensamento que seja relacionado com você. Seja uma merda qualquer, seja algo sério, seja um lugar que fui e gostaria que estivesse comigo ou outros tantos imagináveis que gostaria de estar com você.
Quero que apareça no meio da tarde para me dar um beijo atrapalhando minha rotina. Quero não ter rotina ao seu lado.
Quero andar de mãos dadas no verão e com braços te rodeando no inverno, com direito a mão no bolso de trás da calça jeans.
Quero acordar do seu lado e não dizer nada que meus olhos não digam
Sentir seu cheiro além do perfume. Quero seu perfume impregnado nas minhas roupas, na minha cama, no travesseiro, em minh’alma.
Quero ser exagerado, carente, moleque apaixonado mesmo sendo homem formado.
Quero deixar de escutar o mundo dizendo o que é certo e deixar só meu coração falar e discursar, dissertar, estabelecer contato direto com o que vivo sem ter medo de taxação, recriminação ou o que é pior, inveja! Mesmo sendo o ego a base de qualquer inveja, não quero tê-lo massageado se meu maior prazer é simples, puro e sincero, tão precioso que dos pecados prefiro ter a avareza do meu lado, o egoísmo e não dividir meu sentimento com ninguém alem dos que merecem.
É impossível ter tudo que queremos. Os caminhoneiros escreviam que não tem tudo que querem, mas amam o que tem. Eu não tenho tudo que amo e não reclamo!
Nunca reclamei e sempre desejei. Dessa vez não te desejo, nem te idolatro, o que quero é estar do seu lado.
Quero que dessa vez não seja como foi de outras vezes! E um raio cai no mesmo lugar, sempre! Por isso não me poupo em dizer com todas as certezas que os anos me deram: adoro-te.
Não amo, não almejo mesmo morrendo por mais um beijo, não quero nada se isso for o que quer, nada.
Quero descansar porque cansado estou de tanto quebrar.
Quebro preconceitos, tabus, a cara e o coração.
Quebro tudo!
Quebro também a regra de que as coisas no podem ser ditas, que todo mundo deve ser conquistado de uma única maneira.
Quero tudo isso e muito mais!
E assim eu sigo querendo.
Ou sonhando? Não importa.
O que mais quero agora é que não me veja como carente, como pegajoso, exagerado, xavequeiro ou coisa do tipo.
Quero dizer que um sentimento brota de graça dentro de mim sem que me veja como romântico patético.
Quero ser moderno, não ter ciúmes, nao correr atrás, mas sem deixar de ser o que sou.
Quero que entenda, são apenas possibilidades e se elas não existem, que fique claro logo de cara.
Quero te mostrar essas palavras sem medo de me achar um otário.
Quero dormir.
Quero te ver amanhã.
Quero terminar o texto.
É o que quero.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Medroso

Aí ela disse:
_André, é você que desencana quando a coisa fica mais séria. Quando a coisa vai engatilhar, quando pode rolar um namoro você espana! Cai fora. Não é comigo, nem com tal, nem com fulana, nem sicrana, é você.

E a outra disse:
_ Pode ser que você tenha se acostumado a viver só. Que goste mesmo é da solidão e quando sente que pode perder isso, você desencana.

E aí eu parei. Lembrei da primeira namorada. Depois de 3 anos de namoro, aos 21 anos, quando tudo poderia ser lindo e duradouro, quando a pressão pra um possível casamento começou ser mais freqüente, vendi o carro, tranquei a facul, deixei a mina aqui e fui pros States.
Anos depois, quando estava já morando na mesma casa com outra namorada, quando percebi a vida de casado, comecei a buscar outras coisas de novo e mais uma vez “espanei”.
Houveram outros casos e que sempre poderiam ser algo muito mais duradouro e hoje poderia ser pai, estar casado e seguindo a cartilha.

Admitir que aquilo que eu critico é bem parecido comigo é doloroso e ao mesmo tempo consolador. Realmente não se trata de achar a mulher certa, nem colocar na outra a responsabilidade de me fazer feliz. Nunca existirá a mulher perfeita que um dia sabe-se lá como eu idealizei aqui na caxola! Essa fantasia não faz mais sentido.

A responsabilidade afetiva me assusta. Não sei ao certo até onde ir nem pra onde! Ok, isso se descobre a dois e cada caso é um caso. Tempo ao tempo. E o que sempre digo pros outro agora é minha vez de escutar: Se joga André!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Labirinto

Estou num labirinto de sentimentos. Perdido entre emoções passageiras e vontades contínuas
Como sustentar um amor de anos? Como saber quem é a pessoa certa? Aquela que vai fazer o coração pular, o tempo parar, os olhos brilharem e nenhuma certeza alem do amor pairar no ar como oxigênio, essencial para se viver.
No ímpeto de que isso possa acontecer com a próxima que aparecer, com aquela que aparece sorridente e te da um beijo no rosto, cheirosa, linda, encomendada num sonho qualquer, não seguro mais minha língua, muito menos meu dedo ao pegar o celular!
As vezes acho que vivo a fantasia e digo que a realidade é um sonho. Prefiro, talvez, acreditar no amor platônico que naquele explicito, exposto, escancarado diante do nariz.
Gosto de sentir o coração bater forte por alguém, de sentir saudades, de ficar feliz ao ver a conquista alheia, de sentir mesmo distante, a felicidade que faz as lagrimas vitrificarem as pupilas.
É, sou romântico e intenso. Vivo na corda bamba pendurada sobre a cafonice, o exagero e a chatice! Se bobear caio nisso tudo e o castigo não é a dor da queda, mas o sentimento de ser um Zé Mané grudento metido a galanteador. Aí minto pra mim e lembro-me do “catador” da turma, que eu achava ser o phodão e depois descobri que era um babaca, e me comparo. “Ok, você é o gatão do momento, ta saindo com um monte de gatinha, pra um monte de babaquinha de 18 anos você é o tal phodão” – penso, e concluo: “Mas não passa de um babaca que se mostra o garanhão, mas é um pato!”
Cuen! Cuen!
Ser desprovido de beleza física me deixa com a margem de erro muito próxima de zero alguma coisa. Logo, não posso errar. Um cara bonitão pode não ter uma perna ( literalmente) e mesmo assim causar suspiros na mais bela moçoila. Ontem no Fantástico mostrou um mosquito que tem que fazer seus olhos esbugalharem o máximo possível para conseguir um dia, disputar com outro macho menos zóiudo, a tão almejada cópula!
Só isso também, cópula, sexo. No mundo animal é assim. E uma balada é o mais próximo que chegamos do instinto animal! Pouco importa minha intelectualidade, meu papo, minhas experiências se na balada o que importa é sair com a gatinha? Meo, já dizia o poeta: Me desculpem as feias, mas beleza é fundamental!
Bom, como as armas que tenho são a simpatia e o charme, modéstia à parte, e to cansado do mundo virtual, só me resta convidar para tomar alguma coisa, num ambiente legal que dê para conversar e que os concorrentes sejam menos “zóiudos” que eu!
O problema, vejam vocês, é que acaba virando amizade ou então muitos encontros são necessários. E aí, aí a gente já se conhece demais e acabamos namorando!
E os conflitos vão aparecendo: “mas não quero me envolver”, “não quero namorar”, “não quero nada sério”...
E voltamos ao começo! Como sustentar um amor de anos? Com alguém que me tire tudo isso da cabeça e que simplesmente me faça respirar, é a resposta.
Quando começamos a desenhar a linha no labirinto, sabemos onde devemos chegar, o meio que é complicado.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Não chove na minha horta

Não chove na minha horta.
Lembrei dessa frase conversando com uma amiga, mas ela tem um sentido diferente neste caso.
Quando a pessoa não fica com ninguém, não tem namorada, não consegue nem um selinho na balada por um período muito grande, dizem que “não esta chovendo na horta”.
O resultado é uma horta seca. É ai que a coisa muda
Já se sentiu seco(a) de sentimentos?
Cada um com seu caso, com sua historia, mas comigo já faz tempo que o sentimento não perdura. Nem a carência, (que me dava paixonites agudas), me dá esperança de chuva no coração!
Seria a conseqüência de estar solteiro e serem muitas as possibilidades? Ou justamente por serem tantos possíveis casos que acabamos inertes a todos? Até eu fiquei confuso agora!
A gente fica com uma hoje, outra semana que vem, outra e outra e ai? E o sentimento? Por ela é uma coisa por aquela é outra. E pras meninas idem. Eu converso com muitas e quem esta solteira vive se enroscando com casinhos de 3 meses ou menos, e que nunca rendem muito mais que isso. E sempre tem um carinha de butuca esperando a vez de mostrar qual vai ser seu diferencial.
Essa “fartura” poderia sufocar os sentimentos? Afinal, muita água pra algumas plantas pode ser fatal. Morrem afogadas.
O doido é que por um tempo, mesmo que algumas horas, sou capaz de saciar minha vontade de estar com alguém e me entrego inteiramente àquele momento. A ponto de sentir me um namorado de anos. Mas quando o telefone desliga, o status muda pra offline, a porta do carro fecha, a cama fica vazia, o sentimento vai junto! Acho que já pensamos tantas vezes que ela (e) não vai ligar, que nunca mais nos veremos, ou que nunca mais vamos ficar, enfim, ficou implícito que ficar é uma noite, ficantes são algumas e daí pra frente a coisa pode complicar. E isso se repete continuamente até acostumarmos com a falta de compromisso, com a superficialidade, com nada alem e o amor, a paixão, o bem querer ficam cada vez mais fraquinhos lá dentro do peito.
O ego masculino fica inflado por algum tempo, nos achamos os pegadores. Mas sempre tem o momento sozinho onde paramos pra pensar se vale a pena. Obviamente só pensamos nisso mais velhos, aos 20 viva a pegação!
As meninas, boa parte delas, se perdem nessa doidera. Sempre rola uma chateação, uma decepção, um choro básico!
A onda agora é essa secura! Estou seco de sentimentos e o céu das possibilidades está carregado, mas não chove na minha horta. A previsão? Nem clima tempo sabe!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Cara Chato!

Po, que cara chato! Já é o terceiro sms hoje!
Outro dia recebi um email falando do pior dos signos. O meu, escorpião, começava dizendo que os escorpianos são uma verdadeira novela mexicana com muito sexo!
Amenizando a historia, diria que somos intensos. Mas isso caminha muito próximo do que dizia o email!
Dificilmente erro. Pra me aproximar de alguem? Difícil errar. Raramente erro nas amizades. É o abraço, o convívio, o papo, tudoissojuntoemaisumpouco! Não é falsa simpatia nem estou me “achando”. Depois de 15 minutos de conversa tenho certeza de que ali vai sair uma amizade.
Acho que aprendi a cultivar pessoas queridas e sempre quero um canterinho novo nesse jardim. Outras flores, outros ramos, outras cores e odores. De longe, o todo se mostra uniforme e mesmo assim cada planta tem sua individualidade. E tudo isso faz parte de mim e representa muito do que sou.
Como um brinquedo novo que acabo de ganhar, não consigo parar de pensar, de querer cutucar, de estar junto dessa pessoa de alguma forma. Aí vem o tal do signo pra cagar!
Tem hora que viro a novela mexicana! Exagerado nos gestos e expressões! Muito sal, sabe? Eu mesmo me ligo peço desculpas e chamo uma pizza.
Por ser assim acabo confundindo. Muitos saem correndo!
Exagero meu! Mas se o Google fosse um amigo, hoje eu mandaria um sms: Cara, vc é foda! Adorei o Google maps novo. Bora tomar uma mais tarde?
Sou assim, fazer o que?
Me seguro, mas tenho certeza que muita gente já pensou:
Pó, que cara chato!



O sexo?
Gosto sim! Quem não gosta?

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"Não quero nada sério agora"

Caiu na testa! Queimei a língua! Admito que o que critico é bem parecido comigo! Ai ai ai!
Semana passada estava numa conversa de bar dizendo que nos últimos tempos as frases “Não quero nada com ninguém’, ou, “ Quero ficar um tempo sozinho”, ou, “ Não estou afim de relacionamentos agora” , andam se repetindo em todas as esferas da sociedade. E a questão na mesa era se é por conta da idade ou se existe um inconsciente coletivo onde a individualidade impera.
Pela idade, por conta de todo mundo que convivo estar na faixa dos 30. Nesta idade aquele romance de adolescente já é quase um sonho, que nem pareceu existir de verdade. O namoro duradouro dos 20 e poucos já teve “ remembers” suficientes e o ultimo relacionamento deixou algumas feridas que ninguém quer repeti-las. Aí, antes de se meter num relacionamento de novo, o que dá uma preguiça doida só de pensar em conhecer uma família, sobrinhos, pai , mãe, avó, almoços, churrascos..., cansa de pensar(!), antes de começar tudo isso de novo melhor ficar na nossa. Só curtir.
Pelo inconsciente coletivo é mais filosófico e se você tiver uma cervejinha na geladeira abra que você vai entrar no mesmo clima da conversa, rsrs. Vivemos online agora. A maioria sente necessidade de se conectar pelo menos uma vez por dia Tudo começou com o efeito zap, que é ficar mudando de canal com o controle remoto. Existem estudos que uma criança presta atenção em sala de aula durante 8, 10 minutos depois se distrai por uns 5 minutos e volta a prestar atenção. Por quê? O tempo que dura cada bloco de televisão é de 8 a 10 mim! Coisa de doido. Bom, esse efeito se transferiu pra net. Não esta legal o site, o blog, o vídeo, qualquer coisas, não ta legal é só clicar num novo link, digitar um novo site. Imediatamente um novo mundo se abre. Esse efeito pode estar sendo transferido agora para o sentimental. Pra nossa essência, pra nosso intimo. Aí, o mesmo imediatismo se aplica ao carinha que vc esta ficando, não ta legal, tchau! Um novo link aparece logo! A gatinha esta muito manhosa? Encheu o saco? Ciao , vou me conectar em outro site. E por ai vai.
Bom, no furor dessa conversa disse que queria andar na contra mão dessa onda. Que se fosse pra me apaixonar iria fundo, que esse imediatismo vai deixar um país de velhos em breve! Disse que não se trata de me apaixonar pela primeira que vier. Mas que a gente se policia muito e não faz o que tem vontade mesmo. Seja mandar um sms, um email, ou ligar, marcar um cinema, um sorvete na praça, o qualquer coisa que nos pareça ridícula! O flerte é um tanto ridículo! Pelo menos a gente se sente às vezes. Enfim, que se acontecesse eu não iria vir com esse tipo de papo “ agora não”.
Pois num é que mordi a língua!
Sem querer, sem nada acontecer, mesmo antes de acontecer já deixei claro que não to afim. Bati a porta na cara mesmo! Diferente de uma menina que tenha maiores afinidades e que a convivência me dê uma certa esperança ( ou não) de alguma coisa acontecer, essa era uma menina que conheci na balada, que poderia sim rolar alguma coisa mais forte, mais séria, mas que por algum motivo inexplicável eu tesourei de cara.
Seria os 30 anos ou a idéia de que ninguém quer nada serio?
Fiquei pensando nisso e acho que como já havia dito anteriormente, no post “ Tempo do Amor” , o timming de um amor, de uma paixão , ou de qualquer coisa que não seja só ficar, é outro completamente diferente desse frenesi virtual, dessa pressa do novo, das inúmeras possibilidades que imaginamos. A coisa acontece bem mais lenta. Leva tempo. Particularmente, quero conhecer com calma. Saber o que ela gosta, o que detesta, o que faz a garota sorrir o que faz chorar. Enfim, conhecer aos pouco até sentir de fato alguma coisa. Uma mina de balada é muito fácil dizer não quero nada, não sinto nada.
Bom, reformulando meu discurso então: Não quero nada sério enquanto não sentir que de fato gosto de alguém. E se sentir vou dizer sem culpa.

Mas ainda acho que esse lance de “ não quero nada agora’ é um pouco boicote e em breve quem diz isso também acabará mordendo a língua!