quarta-feira, 28 de julho de 2010

Educação

Pra mim, o maior de todos os problemas do Brasil é a educação. A ignorância é tanta que a coroamos com o chamado “jeitinho brasileiro” de ser. Cometemos infrações diariamente e sentimos um prazer egoísta com isso.
Estava vindo para São Paulo via Bandeirantes, considerada a melhor rodovia do país, numa noite movimentada de segunda-feira. O limite de velocidade nessa rodovia é de 120 km/h. Para termos uma habilitação é preciso passar por exames teóricos e práticos e todo motorista, sem exceção, sabe que acima de 120 km/h é infração grave. Para fiscalizar foram instalados radares que ficam escondidos atrás de viadutos e placas.
Tudo daria certo e todos teriam mais chance de chegar vivos ao destino se essas regras fossem respeitadas. Questão de educação. Sabendo onde ficam os pontos de radares muitos motoristas aproveitam para pisar no acelerador. É regra, aprendemos que a pista da esquerda é para veículos mais rápidos. Mas isso não nos dá o direito de ficarmos colados na traseira de outro carro, dando farol alto, e obrigando-o a sair de nossa frente como se ali fosse uma pista de corrida ou que fosse de exclusividade nossa. O incrível que essa é a regra. Acostumamos-nos a sair da frente quando mesmo acima da velocidade permitida, quando outro motorista nos cega com um farol alto e gruda atrás de nós, devemos tentar manter a calma e mudar de pista. No meu caso inclusive, não se tratava de uma pista vazia, pelo contrário, estava cheia e lenta devido a obras. Quando se trata de uma viatura, usam-se faróis diferentes, giroflex, piscas, e quando é uma emergência particular também ligamos as luzes piscantes, buzinamos. Fora esses casos, nenhuma pressa justifica nossa vaidade de querermos ultrapassar todo mundo, acelerar nosso possante e que o mundo saia da nossa frente. Não é assim, não aprendemos isso na auto-escola, mas é assim que funciona. Falta de educação.
Pra começar, a educação de casa. Essa coisa irracional que vivemos hoje começou lá trás. O exemplo que tivemos. Ou a falta dele. Birra de criança mimada se reflete em comportamentos infantis e egoístas no adulto. O “não” é inaceitável e o “meu” idolatrado. Já vi muita criança mandando a mãe calar a boca ( literalmente) e para minha surpresa , não ser nem repreendida por isso. Ora, se perdemos o respeito até com a própria mãe não vai ser uma plaquinha de transito que vai nos limitar. A educação informal é de responsabilidade da escola agora. Pagamos caro para que nossos filhos tenham uma boa educação e achamos um absurdo eles não se comportarem direito à mesa! Papéis totalmente invertidos.
Isso é só um pequeno exemplo de como nos acostumamos com ignorância. Como se tornou comum não respeitar, não só as leis, mas o próximo. O senso de civilidade perdeu-se em algum lugar. É preciso retomar as rédeas da educação dos nossos filhos, ter maior responsabilidade para procriar; Educarmo-nos para poder educar, assumir a culpa de termos um país corrupto e que não se preocupa de fato com o bem estar de uma nação. Precisamos ser mais ativos na sociedade e amá-la, fazer parte.
Já reverenciei o “jeitinho Brasileiro”. Hoje quero ter orgulho de dizer que sou Brasileiro, mas não acredito que vá dizer isso com plena satisfação nessa vida.

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