segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sophie Calle & Gregoire Bouillier

Sophie Calle & Gregoire Bouillier

http://gnt.globo.com/EstarBem/Materias/No-Saia-Justa--Marcia-Tiburi-reflete-sobre-um-frio-fim-de-namoro.html

Fim de semana assisti Saia Justa na GNT. Qualquer dia desses escrevo meu fascínio pelo universo feminino. Tenho amigas que não podem nem ouvir falar nisso e são o meu oposto: têm um monte de amigos. Eu procuro entender e ser um homem melhor. Tento não ser o mesmo que todo mundo. Fui criado por mulheres: Empregadas, professoras, patroas, mãe. E sempre escutei as histórias de cada uma delas e registrei no HD, “becapiei” e muito do que acho que sei sobre o assunto está no desktop! Sempre a mão.
Acontece que em um dos quadros analisaram emails enviados por namorados, sob a ótica da Sophie Calle, ou melhor, prestando atenção no além do email, imaginando como o cara que escreveu se comportou e que fim realmente gostaria de atingir. Decupando as palavras cuidadosamente escolhidas para tentar mostrar uma masculinidade inútil, e caindo na comédia e na cafonice. Estava rindo muito até que um dos emails lidos resultou num comentário da minha ex-namorada: “_ Alá! Esse ai é igual você, Murfy”. Continuei rindo dos próximos que vieram, mas fiquei com o tema na cabeça.
No email lido no programa, o carinha ao mesmo tempo em que dizia que amava que era a mulher da vida dele, dizia que eram amigos, eternos amigos. Ao mesmo tem em que se comprometia, tira “o dele” da reta. E é esse o comparativo comigo. A falta de sinceridade no jogo da sedução masculina é uma merda. Aliás, todo nosso relacionamento deveria ser mais sincero. Mais direto. De ambos os lados. Concentrando-me mais no masculino nesse texto, vejo que somos muito sentimentais e carentes quando estamos sozinhos e queremos alguém por perto. Derretemo-nos em ligações e email carregados de sentimentos fluídos, ralos, solúveis. Carregados de palavras de fundo falso. De segundas intenções. Dizemos que amamos porque aprendemos que a mulher não vai pra cama sem sentimento. Que não conseguiríamos sexo se simplesmente disséssemos: “Meu, na boa, to morrendo de tesão, vamos transar?”. Não rola. Temos as “fuckfriends” que são um capitulo a parte, mas essas querem sexo tanto quanto e geralmente nem pensamos em namoro.
No imaginário machista, como naquela propaganda do “Pague 1 leve 30”, queremos pedir uma em namoro e levar mais 30. Todas gatas e que nos esperem de pernas abertas. Digam que nos amem e façam cafuné até a gente pegar no sono. E para chegar nesse objetivo tentamos de maneira desastrosa conquistar o mundo com emails ridículos.
Imaginando que não podemos dizer pra gatinha que estamos de pinto duro e queremos mostrar pra ela nosso vigor, dizemos então que algo mudou dentro de nós. Que depois daquela noite ela não sai de nossas cabeças. ( Não mesmo! Todo dia no banheiro!) Que adoraria sair com a menina de novo ( pra ver se dessa vez a gente come ) que a gente poderia se ver esse fim de semana e tal. Do outro lado, a menina desconfia, mas como ela também gostou , aceita o convite e fim de semana, o Casal se vê e, como diria a menina que vi no Fantástico ontem, vão parar no “M luminoso”. ( use a imaginação que você entende )
Ai o cara deixa a mina em casa, chega na casa dele com o ego nas estrelas, sorriso de orelha a orelha. Viva! Gozei. Sem usar minhas mãos. No dia seguinte acorda e pode ter duas reações: “Que da hora ontem, que mina gostosa”- ele pensa- “Vou dar uma ligada pra ela se não for rolar nada hoje”- com os amigos, obvio, pra contar da mina gostosa que ficou ontem. Ou o carinha acorda e pensa na merda que fez! “KCT meu, a mina vai se apaixonar ( já imaginando que sua performance foi excelente) , e eu não to afim. Mas meu, foi massa a transa, acho que já era, quando quiser eu jogo um xaveco”. "Depois eu mando um email." Nos dois casos o homem se masturba. Pizza fria.

É isso que anda acabando com os relacionamentos monogâmicos há séculos! A igreja vem perdendo força e é inevitável que as relações Homem/Mulher voltem a ser mais simples. Talvez instintivas. Menos racionais. A monogamia e a fidelidade existem desde que haja sinceridade desde o começo. O que não acontece. Ou pelo menos não acontecia. Comigo pelo menos. Também escrevi emails sentimentais querendo comer mais uma menina. Sexo fácil! Pervertido. Masturbação em casal.
Emails que deixavam bem claro que era amigo ao mesmo tempo em que amava. Ou dizia que amava com a esperança de sempre dar uma “pingadinha”. Ambigüidade nojenta. Incoerente e sem sentido algum pra mim hoje. Como pude, logo eu que quero ser diferente dos outros machos da minha espécie, usar desse joguinho medíocre?

Já que citei uma, cito outra: Skol amigos. http://www.youtube.com/watch?v=3hQzskmQjQo

Num ponto do filme, o narrador pergunta sobre a amizade entre homem e mulher e responde no ato: Não.
Existe sim. Desde que seja sincero. Como disse logo acima. Sabemos quem são as amigas e quem não são. Sabemos quando uma delas esta gostando da gente ou não. Precisamos deixar de ser canalhas e achar que todas um dia vão dar pra gente! Deixar de acharmos que a conquista é única como uma formula. Que se deu certo pra uma dará para todas as outras. E isso meu amigO, não é ser gay! Pensar que sempre que um cara que tenha amigas ou é gay ou ta afim de “catar” uma, é muito pequeno perto do que a mulher é hoje. Não rola mais a cena dos homens das cavernas que leva a mulher pelo cabelo!
Coração galera! Escutem o coração quando o assunto é relacionamento. Esqueçam a cabeça.
Fiquei feliz no fim das contas. Percebi que mudei mesmo e já coloquei em prática. E que está sendo muito melhor. Os sentimentos quando sinceros devem ser expressos, quando falsos, não senti-los! Delete do seu leque de sabedoria a possibilidade de dizer que ama sem de fato amar. Ou que é amigo querendo ser amante. Paremos de confundir as cabeças, de nos enganar.
Se os sentimentos estão a ponto de explodir, explodam com toda força da verdade! É ótimo! E deixa a vida muito mais interessante.
Boa semana pros cuecas e pras calsinhas!

2 comentários:

  1. Sabe o que me lembrei? De quando eu estava explodindo as minhas confusões com meu pai para você... Espero que seja um homem diferente hehe Beijo ;*

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  2. Oi André,

    Tudo bom? Está certíssimo, o negócio é usar o coração. Ainda vou escrever sobre a exposição da Sophie Calle, pode deixar.

    Beijos,

    Bela - A Divorciada

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