sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Brasil S.A.

Digamos que um funcionário de uma empresa qualquer foi pego roubando os produtos fabricados. Será demitido por justa causa. Se, comporta-se de maneira inadequada, se faltar com respeito, se usar palavras de baixo calão com superiores e chefes, o que acontece? Justa causa. Demitido. Pé na bunda. Tchau!
Pois bem, o que ainda não entendemos é que temos vários funcionários que nos servem. Sim meus queridos leitores, vocês são patrões e patroas de inúmeros funcionários desse país de meu Deus! Ultimamente de Deus me livre!
Funcionários que custam caro. Muito caro. Gastamos meses até conseguir pagá-los. Pagamos esperando um bom serviço. Profissionalismo. Esperando qualidade. Contratamos pessoas para somar, que sejam bem formadas e que, quando exigidas dêem cargo de suas tarefas. Tudo para que a empresa progrida e com isso todos ganhem. Patrões e funcionários. Uma mão lava a outra.
Sem imaginar nada e prestando atenção em nossas vidas, somos educados para um dia podermos assumir um trabalho onde poderemos dar o máximo de nós em prol de uma empresa, de um serviço, de um ganha pão. Educados para sermos honestos. Trabalhadores. Quanto mais investimos em educação, mais conseguimos cargos melhores e conseqüentemente melhores remunerações. E junto com isso, responsabilidades.
Assumimos metas que se não atingidas prejudicarão toda uma rede de pessoas. Toda uma empresa. Fazemos o possível e o impossível para cumprir com nossas obrigações. Levamos trabalho para casa ou ficamos até mais tarde no trabalho. Criamos estresse, úlceras, dores, desarranjos familiares por conta do trabalho e da responsabilidade assumida.
Por algum deslize, já vi muita gente ser mandada embora. Por erros banais, que se repetem, já vi pessoas derramarem lagrimas enquanto arrumavam sua mesinha de trabalho. Sem dó, o RH não visa à dor do seu funcionário, e sim o bem maior.

Papéis esclarecidos. Funcionários e patrões.

Como disse, todos somos patrões e patroas e temos inúmeros funcionaram que nos servem. Estão lá na prefeitura da sua cidade, na capital do seu estado, no Distrito federal. Todos, sem exceção, são pagos com a arrecadação de impostos e taxas que todos nós pagamos. E quem paga para outro trabalhar é o patrão. E esse Brasil de Deus me livre, é a empresa.
Por nossa ignorância contratamos os piores funcionários para nossa empresa.
Eles roubam, desviam verbas, contratam parentes por de baixo do pano, armam conchavos, panelinhas de pilantras, reutilizam verbas, usam dinheiro da empresa para beneficio próprio.
São funcionários que não vestem a camisa da empresa. Não trabalham até tarde, não levam trabalho pra casa. Não dão o sangue em prol de um bem maior. São funcionários que lutam para terem seus bens maiores! Não chegam no horário, trabalham 3 dias por semana e pagamos uma fortuna para cada um deles. Prefeitos, Governadores, Deputados Senadores, todos são nossos funcionários.

É incabível a nós, como Chefes, como os verdadeiros Donos dessa empresa chamada Brasil, aceitar que um funcionário que assumi um cargo de extrema responsabilidade, falte com suas obrigações, e ainda destrua todo um setor, prejudicando uma nação inteira.
Estamos há meses com o Senado parado porque um de nossos funcionários está totalmente inapto a ocupar aquela posição. E não pára aí. Nosso quadro de funcionários está com 90% de desaprovação. Não temos eficiência em praticamente nenhum setor. E ainda temos diretores que dizem que nossa empresa está longe da crise. Bem longe mesmo, bem pior. Uma crise moral e ética. Palavras que perderam totalmente o sentido por aqui. A ética parece-me que nunca existiu e a moral derreteu!

Sinto-me um péssimo patrão. Vejo diariamente meus funcionários me roubando e não faço absolutamente nada. Escuto meus sócios nas ruas, nas padarias, nos botecos, praças, ônibus, por todo lugar a SOCIEDADE vê e diz indignada que estamos sendo roubados e não fazemos nada! N-A-D-A, NADA! Sabe por quê?
Porque assim como eles lá em Brasília se preocupam com o deles, nós nos preocupamos com o nosso! Não pensamos num bem comum, Num bem maior. Coletivo.

O Sarney não sai do Senado, os parentes continuam, as empresas ficam, a conta bancaria volta ao normal e o cheiro de pizza fica no ar.
Aos meus sócios só me resta pedir encarecidamente para prestar mais atenção no currículo dos nossos próximos candidatos. Vamos contratar gente mais competente para tomas conta desse negócio. Gente que vista a camisa da empresa com amor. Que se dedique, se doe.
Quando vamos ser contratados passamos por uma série de exames. Analisam nosso currículo, nossa escolaridade, procuram referencias de outros trabalhos, antecedentes criminais, exame médico. Para a próxima contratação eu farei isso, mas sozinho não dou conta. Por isso vivemos em sociedade.

Só precisa deixar de ser Anônima.

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