segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Inexplicável

Existe uma teoria que diz que as coisas só existem em nossas cabeças. Que uma cadeira só é uma cadeira porque pensamos e associamos o nome à coisa. Tem a ver com o tal “Penso logo existo” de Descartes. E nessa idéia tudo é necessário ter um nome. Se não a gente não entende. Como uma coisa não tem nome? Tudo tem um nome.
Essa necessidade é inevitavelmente transferida para outras áreas do corpo onde o cérebro não deveria atuar dessa forma racional. Principalmente se tratando de coração.

Quantas vezes ficamos com pessoas onde sentimos apenas tesão ou simples atração física? E o quanto isso acaba sendo banal? Superficial? O que se escuta muito é que hoje ninguém quer namorar, que não tem um que preste, e mais um monte de outras coisas que justificam ficarmos solteiros. Quem namora vive batendo cabeça e sempre existe uma ameaça do passado ou do presente ou do futuro. Ninguém fica tranqüilo, e cuida do romance como quem cuida de um carro parado na rua escura prestes a ser roubado.

E quando alguma coisa acontece? Quando alguma coisa foge do normal? Quando conhecemos alguém especial ou que realmente meche conosco de maneira inexplicável. Atenção para a palavra INEXPLICÁVEL. Quando nos sentimos bem com alguém, livres para falar horas a fio sobre assuntos diversos e que nem sabíamos que sabíamos?!! Quando essas coisas acontecem a primeira coisa que incomoda é o cérebro querendo descobrir o que é aquilo. Ele precisa saber. Nome às coisas; é assim que funciona. E ai logo vem as perguntas: É namoro? Amizade? Ficante? Amante? Peguete? E mais: Se agente ficar ficando a gente vai namorar? Casar? Viver pra sempre? O cérebro precisa entender, mas o coração fala mais alto nessas horas.
Talvez a melhor maneira de acalmar a cabeça é fazê-la pensar em deixar o coração feliz e tranqüilo. E quando ela descobre que o coração esta cheio de sentimentos bons ela se acalma: Ta bom coração, ta todo felizinho aí então não me esquenta!

O inexplicável existe e é bom. É necessário. É o tempo da coisa virar algo normal e ganhar um nome. Nem tudo é rotulável. O coração fica confortável nesse mar de sentimentos se o cérebro pára de querer uma explicação. Não tem como desligar o cérebro, mas dá pra dar uma enganada! Precisamos estar mais atentos aos sentimentos inexplicáveis. Só assim a coisa vira “príncipe encantado”, “namorada perfeita”, “namoro sério”, “casamento” ou qualquer outro rótulo que lhe agrade.
Acho que consigo separar o racional e emocional. Não que estejam totalmente separados, não estão. Mas deixo o racional para estudar, trabalhar, realizar tarefas. E o emocional deixo que o coração me guie. Parece simples, né? Tente para ver o que acontece.

2 comentários:

  1. Aprendi a sentir.Não importa o que é, o que seja, o que vá se tornar.
    O que realmente importa é o que sinto.
    É simples e estou mais que tentando, estou realizando.

    ResponderExcluir
  2. Conseguir separar a razão da emoção é pra poucos. Deixe o coração falar mais alto nessas horas, mesmo! E se ele ta feliz e tranquilo... é o que vale num é?!

    Um abraço!

    ResponderExcluir