quinta-feira, 11 de março de 2010

cotidiano nervoso



Andando pela Av. Paulista avisto coisas que nem Deus acredita.
Posto no alto de um cubo de concreto onde num dos lados o logotipo deixava claro ser da companhia de telefone, um morador de rua posava com pompa de modelo enquanto maquinas digitais e telefones celulares registravam o momento. 15 minutos de fama, pensei.
No quarteirão seguinte um dia de fúria de um cidadão. Chutou um saco de carvão pro meio da avenida em frente de um ônibus que freou, mas não pode desviar do saco. O pó preto se espalhou e o moço, que poderia ser um motoboy pelo tamanho da mochila nas costas, gritava enfurecido: Ninguém me ajuda! Eu to fodido! Ninguém me ajuda!
Esbravejava aos sete ventos com os punhos cerrados e com a ira nos olhos. Ninguém ajudou. Pra longe corremos enquanto víamos o segurança usando o gás de pimenta.
É o cotidiano nervoso e já quase surreal da megalópole paulistana.

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