quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Geraçao Careta

Viva a revolução sexual! Viva!
Mas que porra é essa?
Suruba? Ciclistas nus na Avenida Paulista? Ou quem sabe meninos com meninos, meninas com meninas tudo misturado nas baladinhas mUdernas da Augusta?

Até onde eu sei a tal revolução aconteceu nas décadas de 60 e 70. E o que hoje parece banal antes era um problema.
A palavra “ficar”, por exemplo, significava não mais que um estado físico. E até os 18 anos eram comuns muitas meninas e meninos nunca terem provado o sabor de um beijo. O namoro acontecia na sala com a família reunida e o Maximo que acontecia era pegar nas mãos.
A mulher era fortemente repreendida pela sociedade caso divorciasse-se de seu marido e vivesse solteira. Era duro, pensa! Igreja e família pesavam muito no comportamento das pessoas. A virgindade era sagrada num casamento.
Sem contar os tabus como homossexualidade, visto com olhos preconceituosos até hoje.
A classe artística, que também sofria preconceito sexual, quem era ator de teatro era promiscuo e ponto, começou a se manifestar. Lutar pelo sentimento contido dentro de todos da época. Queriam se expressar, queriam amar, queriam viver a liberdade de escolha. Sentir prazer não é pecado! Aos poucos a coisa foi tomando proporções gigantescas culminando no Wood Stock. Inúmeros movimentos surgiram depois desse evento. Feministas, Gays, e todos que estavam dentro do armário se uniram e foram as ruas, assumiram-se e exigiam da sociedade o respeito devido. Aí eu nasci.

7 de novembro de 1979. Trinta anos atrás. Era meio que o fim da “porraloquisse” toda e o começo da era mais brega de todos os tempos. Hoje a galera vai beber dessa fonte e pra mim são pouquíssimas as coisas que salvam. Principalmente se tratando de visual. Mas voltando a revolução sexual...
Nessa época falava-se muito em AIDS. E a tal da revolução retrocedeu um pouco. De repente aquela zona do Wood stock não poderia rolar sem camisinha! E isso nos retraiu um pouco até meados dos anos 90 e com o bum mais recente na virada do milênio. Anos 2000 só alegria.
Pra mim, o primeiro indicio do que viraríamos hoje, foi a invenção do Ficar. Os mais velhos m perguntavam o que era isso, como funcionava. A tio, agente sai, olha a menina se rolar a gente fica; dá uns beijos e só. Mas não tem namoro? Naaaao Tio! Era difícil deles entenderem.

Muito bem, chegamos onde chegamos. O sexo hoje ficou fácil. Foi essa a herança deixada pela revolução sexual. Transa-se por simples tesão. Gozamos por puro prazer. Até o mito de dar pro carinha na primeira noite já era. O de mulher galinha também. Hoje todo mundo transa. Todo mundo goza. Todo mundo trepa. Mais fácil encontrar um pré-adolescente que já transou que ter feito a primeira comunhão! Viva a revolução sexual! Viva! Será?

Quando o assunto é coração e não tesão a coisa pega. Ficamos mais perdidos que ponta no cinzeiro! E tão queimados quanto! Ardendo em duvidas e incertezas. Entraves e tentando achar-se em inúmeras classificações: HT, Gay, Lesbica, Bi. Mas é mais profundo que simples nomenclatura. O que dizer das relações amorosas entre 3 pessoas? Traição? Fidelidade? O quanto somos modernos quanto a isso? Nada, ou quase nada. Sofremos amor como nossos avós. Separamos a genitália do resto do corpo. Coração, mente e sexo estão unidos, mas insistimos em separá-los. Enquanto vivemos toda essa liberdade sexual, ainda nos emocionamos com casamentos de amigos. Alguns leitores com seus próprios casamentos. Vi hoje mesmo. Uma amiga postou uma foto de uma noiva no facebook e os comentários foram todos elogiosos. E com uma pontinha de inveja!
Somos caretas, retrógados quanto ao relacionamento. Trasar é fácil relacionar-se não. O quanto realmente nos aprofundamos e conhecemos o próximo? Quanto nos conhecemos? E quanto realmente estamos abertos para o próximo?

Minha primeira atitude tomada quanto a essas questões foi ser sincero. O mais sincero possível, sabendo que é impossível ser totalmente. Tenta pra você ver. Vai perder os amigos em 1 mês! Mas comigo eu posso ser. Ser sincero com meus sentimentos. Não vou negar as pessoas que gosto e o que sinto por elas, seja lá o que for. Deixei de lado o jogo bobo da sedução. Não existe cartilha no amor. Não existe formula. Mais UTIL dizer ao próximo o que sinto por ele do que tentar seduzi-lo dizendo o que queira ouvir. Esse é o jogo de que estava falando. Se me perguntarem: Você me ama? – Minha resposta vai ser meu sentimento mais sincero que tenho por ela. Quem sabe o que é amar alguém? Posso dizer que penso sempre nela, o tempo todo, que imagino milhões de coisas para fazer com ela, que sinto desejo, que as horas voam quando estamos juntos e se tudo isso que sinto é amor, então sim eu amo. Mas se tenho desejo, atração, gosto da “pegada”, do beijo e do sexo, vou dizer isso. Tinha até uma musica na Jovem Pan, de miiiiiiileanos que era assim: Coisa de maluco dizer que ama, só pra levar mais uma pra cama.

Espero ser menos careta agindo assim.

2 comentários:

  1. Geração careta são aqueles que aplaudem a vulcaridade num todo,caretas são aqueles que vaiam a roupa que você usa, caretas são aqueles que denegrem a sua imagem e vc é taxada de ridiculo e finalmente caretas são aqueles que nos representam e não fazem nada. Amar não caretice, depende de como e quem vc ama.
    Me sinto feliz por estar tão fora de moda.

    E você?

    Também está fora de moda como eu?

    Espero que sim!!!

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