terça-feira, 17 de agosto de 2010

Partido

Blah!

Preciso vomitar.
Vomitar um sentimento que fui obrigado engolir como quem apanha e não pode chorar.
Como quem abafa a explosão de uma granada com o próprio peito. E agora, esse bolo que fica entalado entre o coração e a garganta precisa sair.
É duro descobrir que quanto mais adolescente você se sentir quando gosta de alguém, mais próximo pode estar de um amor que não existe. Bom, pelo menos não dá para acreditar que do outro lado a infantilidade seja a mesma.
Acreditar naquele amor que tivemos no começo de nossas vidas e deixar toda experiência de lado é tão doloroso quanto fim do primeiro amor. Pois na época pensávamos ser para sempre, imaginávamos envelhecer juntos. Um gigantesco mundo imaginário que se desfaz como bolha de sabão. Puf!
Dessa vez não foi assim. Não construi uma paraíso imagético. Não deixei de escutar meu coração, de pensar na possibilidade de ser carência, de não dizer o que não fosse verdade. Fui educado, respeitoso, e me senti seguro para perder o chão. Pronto para me atirar em um mundo novo. Cagando de medo como aquele adolescente, mas com toda a segurança de uma vida! Puf!
Como uma bolha de sabão, levei uma alfinetada e sumi.
Não importa tentar achar meus possíveis erros e falhas, nem me perguntar se deveria ou não jogar o velho “jogo da sedução”. Sei que agi da melhor maneira possível. Da mais pura e despretensiosa. Curti demais o sentimento dentro de mim e fiquei feliz descobrindo que sim, um dia vou amar de novo! As perguntas que estão na minha cabeça são outras.
Será que o mundo vive uma introspecção conjunta? Será que todos querem ficar calados, fechados e sozinhos? Viva o “me deixe em paz”?
Dizem que daqui pouco tempo o Brasil será um país de velhos. Ninguém tem mais “coragem” de ter filhos! Exageros a parte, podemos ser vítimas da nossa liberdade. Acreditar na possibilidade de encontrar o grande amor na próxima esquina como quem descobre um site irado pra baixar musica. Corremos sim esse risco de ficar sozinhos e sofremos aos domingos. Não? Nunca? Bom pra você! Eu não sou um depressivo mal humorado solitário, mas alguns desses domingos sinto falta do aconchego, assumo.
E nessas horas pensamos se um dia vamos encontrar um grande amor, viver uma grande historia, dizer que amamos de boca cheia.
Até lá vamos vivendo as desilusões, os fins, os não-começos! Perigando tornamos tão frios quanto um boneco inflável.
Volto a pensar que ninguém merece meu sentimento, que agora ficará guardado como sempre esteve. Esperando alguém com coragem suficiente.
Só a Mulher-Mavilha! Rsrsr!
Blah! Pronto. Vomitei. Alguém tem uma bala de menta?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Então, ele disse não

Então, ele disse não.
Não iria desejar o corpo, não mais sonharia com possibilidades.
Não estava pronto, não se sentia preparado.
Não era a hora certa, era dia errado.
Não diria palavras confortantes.
Não seria mais amante.
Não queria, não sabia.
Então, ele disse não.
Não passaria noites em claro.
Não se embriagaria no meio da semana.
Não dormiria na mesma cama.
Não deixaria recados, não tocaria a campainha.
Não cometeria outros pecados, não seria namorado.
Não queria, não sabia.
Então, ele disse não.
Então ele repetiu:
Não, não, não, não, não...
Até se convencer.