quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"Não quero nada sério agora"

Caiu na testa! Queimei a língua! Admito que o que critico é bem parecido comigo! Ai ai ai!
Semana passada estava numa conversa de bar dizendo que nos últimos tempos as frases “Não quero nada com ninguém’, ou, “ Quero ficar um tempo sozinho”, ou, “ Não estou afim de relacionamentos agora” , andam se repetindo em todas as esferas da sociedade. E a questão na mesa era se é por conta da idade ou se existe um inconsciente coletivo onde a individualidade impera.
Pela idade, por conta de todo mundo que convivo estar na faixa dos 30. Nesta idade aquele romance de adolescente já é quase um sonho, que nem pareceu existir de verdade. O namoro duradouro dos 20 e poucos já teve “ remembers” suficientes e o ultimo relacionamento deixou algumas feridas que ninguém quer repeti-las. Aí, antes de se meter num relacionamento de novo, o que dá uma preguiça doida só de pensar em conhecer uma família, sobrinhos, pai , mãe, avó, almoços, churrascos..., cansa de pensar(!), antes de começar tudo isso de novo melhor ficar na nossa. Só curtir.
Pelo inconsciente coletivo é mais filosófico e se você tiver uma cervejinha na geladeira abra que você vai entrar no mesmo clima da conversa, rsrs. Vivemos online agora. A maioria sente necessidade de se conectar pelo menos uma vez por dia Tudo começou com o efeito zap, que é ficar mudando de canal com o controle remoto. Existem estudos que uma criança presta atenção em sala de aula durante 8, 10 minutos depois se distrai por uns 5 minutos e volta a prestar atenção. Por quê? O tempo que dura cada bloco de televisão é de 8 a 10 mim! Coisa de doido. Bom, esse efeito se transferiu pra net. Não esta legal o site, o blog, o vídeo, qualquer coisas, não ta legal é só clicar num novo link, digitar um novo site. Imediatamente um novo mundo se abre. Esse efeito pode estar sendo transferido agora para o sentimental. Pra nossa essência, pra nosso intimo. Aí, o mesmo imediatismo se aplica ao carinha que vc esta ficando, não ta legal, tchau! Um novo link aparece logo! A gatinha esta muito manhosa? Encheu o saco? Ciao , vou me conectar em outro site. E por ai vai.
Bom, no furor dessa conversa disse que queria andar na contra mão dessa onda. Que se fosse pra me apaixonar iria fundo, que esse imediatismo vai deixar um país de velhos em breve! Disse que não se trata de me apaixonar pela primeira que vier. Mas que a gente se policia muito e não faz o que tem vontade mesmo. Seja mandar um sms, um email, ou ligar, marcar um cinema, um sorvete na praça, o qualquer coisa que nos pareça ridícula! O flerte é um tanto ridículo! Pelo menos a gente se sente às vezes. Enfim, que se acontecesse eu não iria vir com esse tipo de papo “ agora não”.
Pois num é que mordi a língua!
Sem querer, sem nada acontecer, mesmo antes de acontecer já deixei claro que não to afim. Bati a porta na cara mesmo! Diferente de uma menina que tenha maiores afinidades e que a convivência me dê uma certa esperança ( ou não) de alguma coisa acontecer, essa era uma menina que conheci na balada, que poderia sim rolar alguma coisa mais forte, mais séria, mas que por algum motivo inexplicável eu tesourei de cara.
Seria os 30 anos ou a idéia de que ninguém quer nada serio?
Fiquei pensando nisso e acho que como já havia dito anteriormente, no post “ Tempo do Amor” , o timming de um amor, de uma paixão , ou de qualquer coisa que não seja só ficar, é outro completamente diferente desse frenesi virtual, dessa pressa do novo, das inúmeras possibilidades que imaginamos. A coisa acontece bem mais lenta. Leva tempo. Particularmente, quero conhecer com calma. Saber o que ela gosta, o que detesta, o que faz a garota sorrir o que faz chorar. Enfim, conhecer aos pouco até sentir de fato alguma coisa. Uma mina de balada é muito fácil dizer não quero nada, não sinto nada.
Bom, reformulando meu discurso então: Não quero nada sério enquanto não sentir que de fato gosto de alguém. E se sentir vou dizer sem culpa.

Mas ainda acho que esse lance de “ não quero nada agora’ é um pouco boicote e em breve quem diz isso também acabará mordendo a língua!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Festa da Democracia

Coisa feia! Esse mês postei muito pouco aqui. Tudo bem, foi por boas causas.
Semana que vem é a “festa da democracia” nacional, como dizem. Pra muita gente é uma verdadeira festa mesmo, com boca livre e tudo! Mas de crítica aos políticos todo mundo está de saco cheio e cansado de receber por email a lista “dos ficha suja”, dos candidatos medíocres, engraçados e afins.
O lance é que fiz uma declaração outro dia que rendeu muita discussão. Disse que vou votar na Marina por ser a candidata que mais se encaixa com que penso, mas pra muitas pessoas vou dizer que votei no Serra. Maldita hora que abri a boca!
Os vermelhos me disseram que virei pelego, e os azuis que se não quero a Dilma não deveria votar na Marina. Faltaram os verdes me dizendo pra assumir de vez o voto!

A Mariana me convenceu durante uma serie de entrevistas que o Jornal da Globo fez. Durante uma semana os candidatos tiveram o mesmo tempo pra responder as perguntas e ela mandou muito bem.

Eu tenho uma visão um tanto romântica quanto a política, governo e governantes. Todas as causas, partidos, movimentos, etc., me parecem lutar por suas idéias, objetivos e interesses individuais. Repito, todas. Pra mim um governo deve ser dirigido para o bem coletivo. O bem de todos. De que me adianta conseguir uma linha de credito no banco se vou ser assaltado na primeira esquina porque alguém não teve a mesma sorte do que eu na vida? De que adianta votar numa pessoa que, pra mim vai ser interessante e pro resto do país não.
Vivemos num território continental onde o coletivo há muito foi esquecido. Em determinado momento foi perguntado para a Marina sobre o Acre. Alguém sabe onde fica o Acre? Alguém já foi pra lá? Pra mim sempre foi um lugar que imagino não ter nada alem de terra e índio! A Marina foi duramente criticada sobre seu governo no Acre. Disseram que os números sobre educação, segurança, saneamento básico, eram lamentáveis. Mas como estava isso antes? Antes era só terra e índio! Imagino eu. E os indicies de lá do Acre se comparados com alguns daqui do Sudeste se igualavam. É muito fácil apontar pra onde o Brasil quase nem é Brasil. E pra mim, o Brasil todo tem que ser como o sul e sudeste. Ter no mínimo a mesma infra estrutura.
Quando saí do país que percebi o quanto a gente é atrasado pra algumas coisas básicas. Transporte decente, por exemplo: Aqui você encontra um toco de concreto amarelo no meio da calçada e aquilo é o ponto de ônibus. Horário? Banco pra descansar? Cobertura? Tudo luxo. E ainda tem que rezar pra um ônibus passar. Outro exemplo, lixeiro: Aqui tem 3 peões que se arriscam correndo atrás de um caminhão, jogando sacos que nem Deus sabe o que tem dentro. Tem lugar lá fora, deu no Fantástico, que tem sistema de coleta a vácuo! Você abre um compartimento e o saco é sugado direto pra estação de tratamento por um sistema de canos subterrâneos. Coisa de louco!
Já escutei comentários também, que nenhum gasto com o bem estar coletivo deve ser visto como gasto. No mínimo investimento.
Pois bem, a Marina tem a mesma idéia. Acredita na educação como meio revolucionário, no desenvolvimento sustentável e mais um monte de coisas que batem com que acredito. Num primeiro turno, quero ter a liberdade de votar em quem acredito que vá lutar pelo bem do coletivo. Não quero votar no meu umbigo e continuar na mesma nóia.
Mas pra algumas pessoas vou falar que voto no Serra. Seria demais pra elas pensarem tão socialmente assim. Principalmente se tratando de empresários e pessoas voltadas ao financeiro pesado. Pra essas, a Dilma continuará com essa política de bolsas disso e daquilo, o que gera uma corja de vagabundos sustentados pelo governo. E o pior, fazendo filhos!
Se fosse pensar no meu, votaria no Serra mesmo. Sou empresário, tenho muita divida no banco, quero mais que a economia vá pra frente mesmo. Não concordo com o PT que aí está. Mas penso no coletivo. Se estiver bom pro outro vai ficar bom pra mim também. Todomundojuntomisturado!
Nesse primeiro turno não quero pensar no meu individualismo medíocre. Quero acreditar num país próspero mais que minha conta bancaria cheia.
Dividir para somar.

sábado, 25 de setembro de 2010

Opostos

E os opostos? Será que se atraem?
Até que ponto a diferença é suportável?
Escutei uma historia que alguém escutou de uma senhora de idade pré histórica muito sábia: precisa ser diferente, o igual cansa.
E diz que o ensinamento da velha era longo. Dentre as falas ela afirma que é importante admirar o diferente. Ser ignorante e aprender sobre o assunto do outro é interessante.

Bom, pensando bem, se convivesse com alguém igual a mim brigaríamos o tempo todo.

Pensando em São Paulo, é impossível não ser plural. No interior, numa cidade de 30 mil habitantes, todo mundo “currrrrrte a mema coisa”, salvo uns 5 %. Dos 30 miR quantos saem na noite? Uns miR no máximo!
Na capitaR oce pode ir no Vila e se sentir no Texas. Pode ir ao Samba e conhecer os bambas, pode ir bater cabeça no roque, funk, jazz, rap, eletrônico... Na mesma proporção de variedades de baladas, temos as pessoas. Tão diferentes quanto.
Meu trabalho proporciona conhecer um numero muito grande de pessoas. De casal gay, personal, estudante e DJ à velhinhos, empregadas, solteirões, pensionistas... Uma galera!
Existe uma nóia coletiva onde todo mundo desconfia de todo mundo. Eu acho que todo mundo tem alguma coisa pra acrescentar. Eu sinto quando a pessoa não é do bem. Já fui assaltado e agredido sei bem o olhar de alguém mal intencionado.
Não aprender com essa variedade cultural é burrice. Viver nas “tribos” como se fosse a verdade absoluta é muito pequeno e estúpido. Acaba sendo estúpido, na verdade. As tribos se agridem. Muitas vezes fisicamente.
Acredito na diferença ser um fator que une desde que ambos estejam dispostos a conhecer o mundo um do outro.
Agregar, dividir para somar, compartilhar, reunir, renovar.
Se ambos se interessarem pelos assuntos até então ignorados e descobrirem porque o outro gosta tanto, é o melhor caminho pra se ter uma convivência duradoura, pacifica e promissora.