quarta-feira, 24 de março de 2010

BIG BROTHER

Tá bom, 90 Milhões de pessoas votando num paredão do Big Brother Brasil é considerável. E ligar a TV logo de manhã e encontrar a Ana Maria Braga discutindo o programa com artistas globais e ex-bbbs me fizeram, no mínimo, pensar sobre o assunto.
Fala-se muito em jogo. Porque fulano está jogando, fulana é boa jogadora, bla bla bla. É um jogo, ponto. E partindo desse princípio, quando penso JOGO muitas coisas me vêem a mente: Na escola e as aulas de educação física, na rua e os jogos como esconde esconde, pega-pega, taco...Lembro-me de jogos de carta como o mau-mau onde o objetivo é ferrar os outros.
Falando de mau-mau, uma das jogadas mais deliciosas é o 7. Ao jogar um 7 o próximo da roda come 3 cartas e se for um 7 de Ouros o castigo sobe pra 5 cartas. Acontece que eles são acumulativos, então se o próximo jogador tiver um 7 ele pode somar ao que esta na mesa e o próximo comerá 6 cartas e assim por diante. Muitas vezes a pessoa que primeiro jogou a carta se ferra, pois todos tinham 7. Quando isso acontece é o êxtase de todos! Ganha quem ficar sem cartas nas mãos.

Jogo sempre tem um perdedor. Todo mundo pensa em ganhar, mas apenas 1 vence.

Ai tem o tal do BBB.

O que irrita é esse falso convívio. Esse jogo de afeto superficial e com objetivos bem definidos em cifrões $$$$.
Indicar uma pessoa pro paredão é como jogar um 7, bater uma trinca de ases com um fullhouse no poker, é bater uma tranca, um buraco, é fazer um gol! Imagine se num jogo de futebol, Brasil x Argentina, o Brasil toma um gol e todo mundo sai chorando!!! É tão ridículo quanto esse convívio. A galera fica falando em pressão, em nervos aflorados, em estratégia, uma série de coisas como se fosse realmente a final da copa do mundo. Gente, tchau, adeus, perdeu querido(a), lá fora a gente toma uma! E outro pode virar e dizer ainda:”Olha, se liga que o próximo é você” e assim segue o jogo.

Bom, depois desse descarrego mental, volto ao ponto de partida. As 90 milhões de pessoas que votaram no paredão desse BBB10.
Já tivemos tantos escândalos na política nacional, já temos um Big Brother acontecendo em Brasília há tanto tempo, tem tantos jogadores lá dentro e muitos levam muito mais que 1 milhão e ½ , e não movemos nem o mouse pra fazer alguma coisa. Pra votar na saída de uma pessoa no programa da Globo até pagamos uma lan house.
O Senado, a Câmara, os gabinetes e secretarias deveriam ser um grande BB e deveria existir uma espécie de paredão todo mês! Como não é assim é bom lembrar que esse ano tem eleições.
Num comparativo imediato, deveríamos conhecer nossos candidatos como conhecemos os jogadores do BBB. Discutir tanto quanto. Formar opinião e votar com o mesmo sentimento de estar fazendo a coisa certa. Com o mesmo sentimento de lavar a alma, de prazer em falar e acreditar que ajudou dizendo: EU NÃO QUERO VOCE LÁ!
Quando 180 Milhões de Brasileiros forem às urnas com a mesma vontade que 90 votaram no paredão, aí a gente pode ter esperança!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Troféu Jóinha

Há! Fiz esse ANIMATED GIF que pode ser emoticon se quiser. Presentinho inútil para o fim de semana! Boa!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Cheio

Se de nada são feitos, se de matéria são desprovidos
Se invisíveis e intocáveis são, como podem ser pesados?
E se forem leves, mesmo assim, não existem de fato.
Não podem ser fotografados, mas são retratados, são demonstrados
São por eternidade, em DNA talvez, registrados.

Podem ser quebrados e seus cacos podem ferir
Podem ser ilusórios seus reais sentidos
Podem ser falsos seus intuitos
Mas se sinceros forem, se de nada temerem
Concretos serão e mesmo assim não irão vê-los

Se de nada são feitos, se de matéria são desprovidos
Como posso ser tão cheio de sentimentos?

A.Tosello

quinta-feira, 11 de março de 2010

cotidiano nervoso



Andando pela Av. Paulista avisto coisas que nem Deus acredita.
Posto no alto de um cubo de concreto onde num dos lados o logotipo deixava claro ser da companhia de telefone, um morador de rua posava com pompa de modelo enquanto maquinas digitais e telefones celulares registravam o momento. 15 minutos de fama, pensei.
No quarteirão seguinte um dia de fúria de um cidadão. Chutou um saco de carvão pro meio da avenida em frente de um ônibus que freou, mas não pode desviar do saco. O pó preto se espalhou e o moço, que poderia ser um motoboy pelo tamanho da mochila nas costas, gritava enfurecido: Ninguém me ajuda! Eu to fodido! Ninguém me ajuda!
Esbravejava aos sete ventos com os punhos cerrados e com a ira nos olhos. Ninguém ajudou. Pra longe corremos enquanto víamos o segurança usando o gás de pimenta.
É o cotidiano nervoso e já quase surreal da megalópole paulistana.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Uma Semana

Depois de uma semana sem computador estou aqui novamente.
Um sobrevivente.
E não é que existe vida fora de um monitor?!
Gente, e é tão viva! Palpável. É concreta e cheia de nuances. Cheia de perigos e escolhas. Aventuras e dramas num filme cheio de ação!
A vida real é cheia de corações que pulsam fortes dentro de peitos de todos os tamanhos e intenções variadas. Um beijo aqui fora é mais doloroso que uma mudança de status para “namorando” e mais complicado dizer “quem sou” para alguém de verdade do que escrever uma frase de impacto num perfil qualquer.
A vida real tem outro tempo. Hoje, pós terremoto do Chile, um tempo com um milionésimo de segundo a menos para ser contado! Nem um piscar de olhos é tão rápido, mas esse milionésimo representa a devastação de um país ou a criação de outro. O nascimento de alguém e a morte de outro alguém. Num instante estamos sós, noutro cercados de solidão. Ou com o sentimento de estarmos realmente acompanhados. Instantes. Milionésimos de segundo que ditam o antes e o depois.
Antes de um computador ligado em uma rede mundial os vizinhos se conheciam. As pessoas estavam presentes. Depois de uma semana desconectado percebi que esse mundo ainda existe, mas anda esquecido. Antes, existia troca de olhares antes das trocas de email. Existia uma serie de outras coisas que não existem mais. E nos damos conta dessas mudanças num único instante. De uma vez. Num milionésimo de segundo! Num piscar de olhos.
A vida é formada desses pequenos instantes. Instantes que dominam o tempo e o espaço. Não existe “quando” nem “onde” quando pessoas de fato se encontram abertas umas para as outras. Quando um aperto de mãos acontece, quando um cumprimento matinal estampa um sorriso no rosto de alguém, quando um abraço sincero acontece. O tempo pára nesses instantes. Uma foto é registrada na retina e na memória. Tudo isso acontece na vida real.
Nosso HD parece estar cheio, precisando fazer um backup, mas na verdade está pela metade. Sempre estará. A vida real não tem limite de bits, megas, gigas, terabites e o que mais vier. É infinito! Não há tecnologia capaz de superar nossa capacidade!
Numa semana sem computador descobri o valor do telefone. Mais ainda, descobri o valor que ele tem para pessoas que realmente preocupam-se conosco. Muito fácil manter contato com pessoas que estão “online” e “disponíveis”. Amigos que ligam pra falar merda alguma, outros que simplesmente ligam porque sentem sua falta. Isso só acontece na vida real.
O gosto de uma lagrima é diferente quando as teclas de um teclado embaçam e quando a vemos no ombro de uma pessoa. Outro gosto ainda quando outros olhos se enchem de lagrimas ao ver as suas.
Tanta coisa acontece aqui fora. E só fiquei uma semana sem meu computador! Só uma semana? Há quanto tempo estou aqui? E o que isso importa? Não foi tempo perdido. Nem ganho. Foi outro tempo. Talvez uma eternidade...
Na vida real foi só mais uma semana...
... de tantas outras que estão por vir.